terça-feira, 8 de maio de 2012

Capítulo 1 - Primeiro Dia (Parte I)

-- (Inês) --

Estava de regresso há escola, depois de um longo e saboroso Verão. Um Verão que eu como todos os outros, eu não queria que tivesse fim. Eu adorava estar com a minha família, e aquela escola privava-me imenso dessa alegria, pois só podíamos sair em fins-de-semana e nas férias. Assim que os meus pais me deixaram na escola, despedimo-nos com um forte abraço, como sempre fazíamos, peguei nas malas e dirigi-me ao meu quarto para me instalar. Percorria eu o corredor e quanto mais me aproximava da minha porta mais barulho ouvia. Estranhei, pois às vezes parecia que a escola não tinha habitantes, ou qualquer tipo de existência de vida. Assim que cheguei há porta estava tudo sujo de pó e estavam lá uns homens com umas roupas estranhas e muitas ferramentas. 

- Há, senhorita Davis, ainda bem que apareceu. – Falou-me a directora aparecendo nas minhas costas. 

Voltei-me para ela.

- O que é que está a acontecer ao meu quar…

- … Durante a sua ausência no Verão, uns canos rebentaram no seu quarto, por isso vai ser transferida. Já lhe arranjamos um quarto, ficará no 2º piso, porta 214. – Interrompeu-me, com o seu ar sempre muito emproada.

- Mas… 

- … Está aqui a chave, não se atrase para a 1ª aula. – Voltou a interromper-me esticando-me a sua mão que segurava a chave. Peguei nelas e retirei-me. Subi as escadas até ao andar de cima e procurei pela porta 214. Finalmente a encontrei, encaixei as chaves na fechadura, e ao rodá-las pude notar que já estava aberta. Entrei, reparei numa rapariga jovem, estatura média, cabelo castanho encaracolado. Ela estava agachada nas arrumações e assim que me senti-o no quarto cumprimentou-me.

- Tu deves ser a minha nova cole…

Não a deixei terminar, pousei as malas a um canto, tirei os livros e saí do quarto. Fui dar uma volta. Faltavam poucos minutos para começar a 1ª aula do 1º semestre, quando comecei a direccionar-me para a entrada da porta da sala. Notei que junto a ela estava a rapariga que tinha visto no meu quarto, á uns minutos atrás e aproximei-me dela.

- Olá, desculpa por há um bocado. Eu estava um bocado chateada e acabei por despejar em ti. – Disse-lhe envergonhada.

- Ah. – Responde espantada. – Não tem mal. Eu sou a Ana, e ao que pareceu vamos ser colegas de quarto. – Disse-me ela com um enorme sorriso, super simpática, esticando a sua mão direita para me cumprimentar. Estiquei a minha também.

- Sou a Inês. E sim, parece que sim. – Rimos. – Mais uma vez desculpa. Não era minha intenção, é que o meu quarto não era aquele e hoje quando cá cheguei fiquei um bocado chateada, mas já passou, porque tenho a sensação de que nos vamos dar bem. – Sorri-lhe.

- Espero que sim. – Disse ela.

-- (Ana) --

Voltei a olhar para a minha nova companheira de quarto: era uma rapariga de estatura média, magra e tinha compridos cabelos castanho claros. Um belo sorriso bailava-lhe no rosto, o que lhe dava um ar muito mais amigável comparativamente ao nosso primeiro encontro.

- Então – Perguntei-lhe, tentando meter conversa. – Gostas de francês?

- Comme ci comme ça. – Respondeu, bem disposta. – Porquê? É a nossa primeira aula?

Acenei com a cabeça e ela bateu com a mão na testa.

- Não me digas que vi o dia errado no horário! Que despassarada que sou!

Ri-me ligeiramente.

- Não te preocupes, sentas-te ao pé de mim se precisarmos de usar o livro. – Sorri-lhe amigavelmente e ela retribuiu.

- Merci 

Ia fazer-lhe outras perguntas para a conhecer melhor quando alguém se atirou praticamente para cima de mim.

- Bonjour, Ana! – Cumprimentou o meu amigo, no seu óptimo (ou não ahah!) sotaque.
-
 Credo, Louis, que susto me pregaste! – Exclamei eu. – O que estás aqui a fazer? Não devias estar na parte dos rapazes? E fica-te pelo inglês, conselho de amiga!

- Sempre simpática! Vim ver-te, estava cheio de saudades tuas, mas já me arrependi de cá vir. – Ele despenteou-me, eu dei-lhe um murro e começámos a rir como loucos; percebi que a Inês olhava para nós, curiosa, e apresentei-lhe o meu amigo.

- Inês, este é o Louis Tomlinson! Se não queres enlouquecer, deves manter-te a pelo menos trinta metros de distância dele; é a minha dica e eu sei do que falo, conheço-o desde que uso fraldas.

- Olha quem fala – Resmungou ele, fingindo-se de ofendido. – A única louca aqui és tu!

- A sério, Louis? – Perguntei, arregalando os olhos – Então diz-me lá qual de nós é que tem uma panca enorme pelo Super Homem?!

- Só gosto de manter a criança que vive em mim bem acordada!

Íamos continuar a discutir quando ouvimos as risadinhas discretas da Inês, que se ria, bem-disposta

- Parecem irmãos, vocês!

Olhámos um para o outro, fizemos uma careta ao mesmo tempo e rimos.

- Prazer, Inês. – O Louis estendeu-lhe a mão e ela apertou-a prontamente. – Sou o Louis. E não sou assim tão estranho como a Ana diz!  

- Não faz mal – A Inês sorriu, algo tímida – Também não sou totalmente normal. Acho, pessoalmente, que ser demasiado normal não tem piada nenhuma.

O Louis sorriu.

- Acho que nos vamos dar muitíssimo bem, então!

Puseram-se a falar animadamente, quase como já se conhecessem há anos; a química entre os dois era evidente, mas tiveram de parar quando o toque soou.

- Louis, lamento informar-te, mas tens todo um campus para atravessar antes de ires para as aulas – disse-lhe, num tom maternal – Queres começar o ano com um sermão da directora por chegares atrasado E por te escapulires para a parte feminina? 

- Oh caraças, tenho de correr mesmo – ele piscou-nos o olho – Vemo-nos depois, meninas!   

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