domingo, 20 de maio de 2012

Capítulo 3 - Primeiro dia (Parte III)

-- (Inês) --

- Inês. Vamos almoçar. – Tocou-me a Ana visto que eu estava ensonada.

- ESTAVA A VER QUE NÃO! ALMOÇO! Duas aulas de seca seguidas, devia ser PROIBIDO.

- Que tola. 

- É verdade, agora nem vou comer da mesma maneira, estou cheia de sono.

- Oh cala-te, e vamos mas é para o refeitório. 

Direccionamo-nos até ao enorme refeitório onde todos os alunos (rapazes e raparigas) iam almoçar.

- Ali está o Louis. – Avisou-me a Ana. - Ei Louis! Aqui! – Acenou-lhe. Ele vinha acompanhado por alguém que eu desconhecia.

- Meninas, este é o meu novo colega Josh. Foi transferido há pouco da América. 

- Ah… Agora já percebi o porquê do sotaque engraçado. – Disse a Ana sorrindo envergonhada.

- Mas vocês conhecem-se? – Intrigou-se o Louis.

- Sim, eu não te disse que hoje de manhã uma rapariga me tinha ajudado? – Explicou o Josh.

- Ah sim, pois foi, já nem me lembrava. Mas podemos contar isto melhor enquanto comemos? Estou a morrer de fome.

- AH SIM FINALMENTE! – Disse eu. Os 3 começaram-se a rir. – De que é que se estão a rir? – Corei.

- Pensei que não falasses. – Disse o Louis.

- Aqui a menina Inês deve estar muito cansada de tanto trabalhar nas aulas hoje. – Ironizou a Ana. – E com trabalho quero dizer dormir. – Riu-se.

- A sério? – Perguntou o Louis.

- Eu odeio Matemática e História, nem sei para que é que tenho isso, sinceramente. – Resmungava eu. – Mas já podemos ir comer?

- Sim vamos. – Disseram em coro.

Pegamos nos tabuleiros, depois na comida, e escolhemos uns lugares, sentamo-nos e começamos a comer enquanto nos íamos conhecendo melhor.

- Vamos jogar um jogo? – Sugeriu o Louis, com a boca cheia de spaghetti bolognese. (hey, não se esqueçam que estamos num colégio interno!)

- Credo Louis, vai aprender a comer! –Disse a Ana, a rir-se. – Estás todo sujo.

Realmente, estava mesmo. Mas parecia muito fofo, quase como uma criança pequena.

- Cala-te, a Inês também está um pouco suja, mas não lhe dizes nada!

Arregalei imediatamente os olhos: o caraças do esparguete à bolonhesa fazia-me sempre isto!

- Estou? – Perguntei-lhe, tentando parecer pouco embaraçada – Onde?

- Aqui! – Ele pegou no seu guardanapo e limpou-me na zona do queixo. – Pronto, já está.

Claro que corei que nem um tomate. Por sorte, o Josh veio em meu auxílio.

- De que jogo estavas a falar? – Perguntou ele, curioso.

- Preparados? – Perguntou o Louis, num tom engraçado. – O Jogo da Maçã!

- O Jogo da Maçã? – Perguntei eu e o Josh ao mesmo tempo.

- O Jogo da Maçã? – Queixou-se a Ana. – Louis, já não estamos na primária.

- O que é o Jogo da Maçã? – Voltei a perguntar, interessada.

- É um jogo que fazíamos na primária. – Explicou o Louis, pegando na maçã que estava no seu tabuleiro. – Tu passas a maçã à pessoa a quem queres fazer uma pergunta. Foi assim que eu e a Ana nos conhecemos.

- Por que não podemos simplesmente ter uma conversa normal como…

A Ana foi interrompida pelo Josh, que lhe atirou a maçã do seu tabuleiro.

- Banda favorita?

Tive de conter o riso quando vi a cara de admirada e envergonhada dela.

- Florence + The Machine – Ela lançou-me a maçã. – Clube de futebol?

- Chelsea – Disse eu, agarrando-a.

O Louis fez-me uma careta.

- Deixa-me adivinhar… – Ri-me, bem-disposta. – Manchester United?

- Podes crer! – Disse ele, com um tom de orgulho.

- Buuuuuuuu – Disse eu, ainda a rir-me. – Quando arranjarem alguém melhor que o Torres, liguem-me!

- Nem sequer me faças falar do vosso treinador! – Provocou o Louis, divertido.

Mandei-lhe a língua de fora e passei a maçã ao Josh.

- Hobbies?

- Basquetebol, surf e teatro. – Ele sorriu e eu vi os olhinhos da Ana brilharem com aquela pequena revelação.

- Gostas de teatro? – Perguntou, a sorrir. 

- Sim. Tu também?

- Adoro! – Respondeu entusiasmada. – Quero ir à audição para o Clube de Teatro cá do Colégio.

- Também eu! – Ele estava tao entusiasmado como ela. – Começam daqui a duas semanas não é?

E o Jogo da Maçã foi completamente esquecido por aqueles dois, que falavam animadamente dos seus projectos para o ano escolar.

- Ouvi dizer que vais ser Capitão da equipa de futebol. – Disse eu, tentando começar uma conversa com o Louis, visto que estávamos ambos calados a olhar para a Ana e o Josh.

- Ainda tenho que ver. – Ele fez um bonito sorriso. – Mas espero ser. Gostas de futebol?

- Muito mesmo. E não estou a falar apenas de torcer pelo Chelsea e esperar que o Manchester perca todos os jogos. – Rimo-nos os dois. – Também gosto de jogar.

- A sério? – Perguntou ele, interessado. – Mas não fazes parte da equipa feminina, pois não?

- Nunca achei que fosse boa o suficiente. – Disse, encolhendo os ombros. – Mas sinto que este ano vou conseguir.

- Muito bem. – Comentou o Louis, impressionado. – Vemo-nos no campo, novata. 

- Ah! – Abri a boca fingindo espanto, tentando não rir. – Ainda te estou para ver a jogar, cá para mim és daqueles que é só garganta.  

- Combinado. – Disse ele esticando a mão para fazermos um “aperto”. Dei-lhe a minha, e ele puxou-me para ele. – Já viste aqueles dois? – 
Sussurrou comentando sobre a Ana e o Josh que falavam muito íntimos e divertidos.  

- Hum… Hum... – Disse eu com um riso atrevido. – Se fossemos embora aposto que nem davam por nós.

- Mas é que é mesmo. 

- O que é que vocês estão para aí a segredar? – Perguntou-nos a Ana desconfiada.

Eu e o Louis afastamo-nos.

- Nada… Nada… - Dissemos os dois.

- Hum… Bem eu acho melhor irmos andando, que não tarda está a tocar.

- Seca… - Revirei os olhos.

- Tem de ser Inês. – Disse a Ana, levantando-me. – Bem rapazes adorei esta hora de almoço. Foi um prazer conhecer-te, Josh. 

- Eu é que digo isso. – Sorriu ele, com um olhar hipnotizado.

- Inês, vemo-nos no campo. – Disse-me o Louis. 

- Vai-te preparando. – Piquei-o.

- Adeus. – Disseram eles.

- Adeus. – Despedimo-nos também eu e a Ana. Cada um seguiu seu caminho, eu e a Ana voltamos para o lado das raparigas e eles para os dos rapazes, para a 1ª tarde de aulas.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Capítulo 2 - Primeiro dia (Parte II)


-- (Ana) --


No final da aula de francês, já sabia bastante acerca da Inês: as suas cores preferidas eram o laranja e o vermelho, delirava com gelado de morango e de manga e era louca pelo Johnny Depp. Ela era super descontraída e divertida, qualidades algo difíceis de encontrar nos colegas quando somos alunos de um Colégio Interno tão fino como Crestwood. Perguntei-me mentalmente como é que ainda não nos conhecíamos e tive pena de só a ter conhecido agora.


- Nunca te tinha visto antes. – Comentou ela, ao sairmos para o intervalo. – Mas sou tão distraída que é normal…


- Eu também não me lembro de alguma vez te ter visto. Eu só ando com o Louis e ocasionalmente com uma ou outra colega. 


- Louis, o rapaz que aqui estava ainda há bocado? – Perguntou, interessada.


- Sim, esse mesmo. – Confirmei. – Conheço-o há imenso tempo e passo todo o tempo que possa com ele.


- Mesmo assim é pouco. Almoço e educação física passam a correr, não é?


- Pois é. – Sorri jocosamente. – Por isso é que nos escapamos e vamos até ao bosque de vez em quando!


A Inês arregalou os olhos e depois suspirou ligeiramente.


- Que romântico…


Fiz uma careta. 


- Acredita, eu e o Louis de romântico não temos nada. Ele é tipo o meu irmão mais novo, mesmo sendo mais velho.


- É bastante simpático. – A Inês sorriu. – Não é costume nos rapazes cá do Colégio.


- Sim, simpático é. E algo louco, também, para vir até aqui tantas vezes. – Sorri. – Este ano vai ser candidato a capitão da equipa de futebol e não se calou com isso todo o verão.


- Futebol! – Exclamou a Inês, entusiasmada. – Adoro futebol! Quero entrar para a equipa feminina este ano.


- Boa sorte com isso então! – Desejei sinceramente. – Desporto não é muito comigo. Mas quero ir à audição para o Clube de Teatro.


- Uau, uma actriz! – Ela piscou-me o olho. – Très bien, três bien!


Suspirei.


- Gostava… mas há tanta gente boa… nem sei se consigo entrar…


- Vais ver que consegues! – Animou-me a Inês, sorrindo – E quando chegares a Hollywood pede um autógrafo ao Johnny por mim, está bem?   


Estávamos a rir quando acidentalmente choquei com alguém. Era das miúdas mais odiosas do Colégio. A filha da directora, Katherine e a sua amiga siamesa Rebecca. Duas amigas inseparáveis, metidas, convencidas e maquiavélicas. 


- Vê lá por onde é que andas. – Disse-me a Katherine com a sua voz aguda e irritante.


 - Desculpa lá se não tens QI suficiente para te conseguires desviar. – Disse-lhe toda enraivecida. 


Ela ergueu a sobrancelha esquerda.


- Estás a falar comigo miúda? – Questionou passando todo o seu olhar “intimidador” por mim.


- Miúda o c…. – Ia para me atirar a ela, mas a Inês puxou-me pelo braço, afastando-me dali.


- Estás doida Ana?! Estavas prestes a assinar a tua sentença de morte! – Avisou-me ela.


- Ai o quanto eu odeio aquela criatura. Grrrr…. – Dizia furiosa. – Se tu não me agarrasses eu ia-me ao bicho.


A Inês ria-se.


- Isso sei eu que ias. Mas não esquecendo que é a filha da directora, e sendo o 1º dia de aulas e começares já na directoria por agressão há menina protegida do colégio, eu acho que não seria a melhor maneira de começar o ano.


- Sim tens razão. Obrigada. Mas eu não suporto aquelas tipas!


- Eu também não. Mas á que saber ignorar.  


Continuamos a caminhar, íamos na conversa até a Inês se lembrar que tinha os livros trocados de todo o dia, aproveitou o intervalo e foi no instante buscar os livros. Enquanto lhe acenava em andamento fui novamente vou contra alguém.


- OUTRA VEZ! – Gritei chateada. Assim que vi que era um rapaz fiquei super envergonhada e pedi desculpas. – Ai Desculpa. Que desastrada que eu sou. Não te vi, desculpa. – Abaixei-me e ajudei-o a apanhar uns papéis que tinham caído. 


O rapaz sorriu.


- Não faz mal. – Disse ele com um sotaque Americano.


- Ihih. Tens um sotaque engraçado. És novo por cá não és?


- Sim, é o meu 1º dia, nota-se assim tanto? – Perguntou-me envergonhado.


- Um pouco. Porque estás na zona das raparigas. – Ambos começamos a rir. – Já agora, sou a Ana e já ando aqui há 4 anos, por isso o que precisares saber eu posso ajudar. – Voluntariei-me simpaticamente. 


- Obrigado, é muito simpático da tua parte. Eu sou o Josh. – Estendeu-me o seu braço para me cumprimentar. – Cheguei hoje, e ando aqui meio perdido. Sabes-me dizer onde fica o pavilhão de biologia? – Perguntou-me com uma planta da escola e um horário nas mãos.


- Sei sim. – Sorri-lhe. – Antes de mais, tens de chegar há parte masculina. Despois de lá chegares, é mais fácil, é só atravessares um enorme corredor, e deves andar uns quantos metros, … - Continuei-lhe a dar a indicação. - … Percebeste?


- Acho que sim. Obrigado.


- De nada. Espero ter ajudado. E agora é melhor ires andando que ainda tens um longo caminho até há tua zona.


- Sim, muito. É melhor então. Mais uma vez obrigado.


- Sempre às ordens. – Disse vendo afastar-se.


-- (Inês) --


- Quem era? – Perguntei curiosa aparecendo-lhe por trás.


- Que susto! Já estás a pegar a mania do Louis ou quê? – Suspirou para aliviar do susto e ainda encantada com o novo rapaz.


- Oh, desculpa. Mas diz lá, quem era?


- Oh era um rapaz novo, andava perdido.


- Sim… perdido… sei. – Sorri maliciosamente.


- É sério, ele não era de cá. – Respondeu envergonhada.


- Hum… Ok. Vamos? – Perguntei-lhe.


- Sim sim.


Fomos a falar e a rir (escolhi não gozar com ela, visto que rapazes giros são a fraqueza de qualquer rapariga!) até à sala onde íamos ter História.


- História. – Resmunguei eu, antes de entrarmos na sala. – Que secaaaaaaaaaaaaa! Alguém que me salve!


- Não é assim tão mau. – Afirmou a Ana. – Eu até gosto.


Olhei para ela como se fosse um E.T.


- Como é possível ALGUÉM gostar de História?!


- Exagerada. – Ela mandou-me a língua de fora e eu ri.


- E já estou cheia de fome. – Queixei-me. – Nunca mais vem o almoço?!


- Já só falta História e Matemática. Depois lá teremos de aturar o Louis. Se quiseres almoçar connosco, claro.


Sorri discretamente, chegando à conclusão de que não me importaria nadinha de aturar o Louis.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Capítulo 1 - Primeiro Dia (Parte I)

-- (Inês) --

Estava de regresso há escola, depois de um longo e saboroso Verão. Um Verão que eu como todos os outros, eu não queria que tivesse fim. Eu adorava estar com a minha família, e aquela escola privava-me imenso dessa alegria, pois só podíamos sair em fins-de-semana e nas férias. Assim que os meus pais me deixaram na escola, despedimo-nos com um forte abraço, como sempre fazíamos, peguei nas malas e dirigi-me ao meu quarto para me instalar. Percorria eu o corredor e quanto mais me aproximava da minha porta mais barulho ouvia. Estranhei, pois às vezes parecia que a escola não tinha habitantes, ou qualquer tipo de existência de vida. Assim que cheguei há porta estava tudo sujo de pó e estavam lá uns homens com umas roupas estranhas e muitas ferramentas. 

- Há, senhorita Davis, ainda bem que apareceu. – Falou-me a directora aparecendo nas minhas costas. 

Voltei-me para ela.

- O que é que está a acontecer ao meu quar…

- … Durante a sua ausência no Verão, uns canos rebentaram no seu quarto, por isso vai ser transferida. Já lhe arranjamos um quarto, ficará no 2º piso, porta 214. – Interrompeu-me, com o seu ar sempre muito emproada.

- Mas… 

- … Está aqui a chave, não se atrase para a 1ª aula. – Voltou a interromper-me esticando-me a sua mão que segurava a chave. Peguei nelas e retirei-me. Subi as escadas até ao andar de cima e procurei pela porta 214. Finalmente a encontrei, encaixei as chaves na fechadura, e ao rodá-las pude notar que já estava aberta. Entrei, reparei numa rapariga jovem, estatura média, cabelo castanho encaracolado. Ela estava agachada nas arrumações e assim que me senti-o no quarto cumprimentou-me.

- Tu deves ser a minha nova cole…

Não a deixei terminar, pousei as malas a um canto, tirei os livros e saí do quarto. Fui dar uma volta. Faltavam poucos minutos para começar a 1ª aula do 1º semestre, quando comecei a direccionar-me para a entrada da porta da sala. Notei que junto a ela estava a rapariga que tinha visto no meu quarto, á uns minutos atrás e aproximei-me dela.

- Olá, desculpa por há um bocado. Eu estava um bocado chateada e acabei por despejar em ti. – Disse-lhe envergonhada.

- Ah. – Responde espantada. – Não tem mal. Eu sou a Ana, e ao que pareceu vamos ser colegas de quarto. – Disse-me ela com um enorme sorriso, super simpática, esticando a sua mão direita para me cumprimentar. Estiquei a minha também.

- Sou a Inês. E sim, parece que sim. – Rimos. – Mais uma vez desculpa. Não era minha intenção, é que o meu quarto não era aquele e hoje quando cá cheguei fiquei um bocado chateada, mas já passou, porque tenho a sensação de que nos vamos dar bem. – Sorri-lhe.

- Espero que sim. – Disse ela.

-- (Ana) --

Voltei a olhar para a minha nova companheira de quarto: era uma rapariga de estatura média, magra e tinha compridos cabelos castanho claros. Um belo sorriso bailava-lhe no rosto, o que lhe dava um ar muito mais amigável comparativamente ao nosso primeiro encontro.

- Então – Perguntei-lhe, tentando meter conversa. – Gostas de francês?

- Comme ci comme ça. – Respondeu, bem disposta. – Porquê? É a nossa primeira aula?

Acenei com a cabeça e ela bateu com a mão na testa.

- Não me digas que vi o dia errado no horário! Que despassarada que sou!

Ri-me ligeiramente.

- Não te preocupes, sentas-te ao pé de mim se precisarmos de usar o livro. – Sorri-lhe amigavelmente e ela retribuiu.

- Merci 

Ia fazer-lhe outras perguntas para a conhecer melhor quando alguém se atirou praticamente para cima de mim.

- Bonjour, Ana! – Cumprimentou o meu amigo, no seu óptimo (ou não ahah!) sotaque.
-
 Credo, Louis, que susto me pregaste! – Exclamei eu. – O que estás aqui a fazer? Não devias estar na parte dos rapazes? E fica-te pelo inglês, conselho de amiga!

- Sempre simpática! Vim ver-te, estava cheio de saudades tuas, mas já me arrependi de cá vir. – Ele despenteou-me, eu dei-lhe um murro e começámos a rir como loucos; percebi que a Inês olhava para nós, curiosa, e apresentei-lhe o meu amigo.

- Inês, este é o Louis Tomlinson! Se não queres enlouquecer, deves manter-te a pelo menos trinta metros de distância dele; é a minha dica e eu sei do que falo, conheço-o desde que uso fraldas.

- Olha quem fala – Resmungou ele, fingindo-se de ofendido. – A única louca aqui és tu!

- A sério, Louis? – Perguntei, arregalando os olhos – Então diz-me lá qual de nós é que tem uma panca enorme pelo Super Homem?!

- Só gosto de manter a criança que vive em mim bem acordada!

Íamos continuar a discutir quando ouvimos as risadinhas discretas da Inês, que se ria, bem-disposta

- Parecem irmãos, vocês!

Olhámos um para o outro, fizemos uma careta ao mesmo tempo e rimos.

- Prazer, Inês. – O Louis estendeu-lhe a mão e ela apertou-a prontamente. – Sou o Louis. E não sou assim tão estranho como a Ana diz!  

- Não faz mal – A Inês sorriu, algo tímida – Também não sou totalmente normal. Acho, pessoalmente, que ser demasiado normal não tem piada nenhuma.

O Louis sorriu.

- Acho que nos vamos dar muitíssimo bem, então!

Puseram-se a falar animadamente, quase como já se conhecessem há anos; a química entre os dois era evidente, mas tiveram de parar quando o toque soou.

- Louis, lamento informar-te, mas tens todo um campus para atravessar antes de ires para as aulas – disse-lhe, num tom maternal – Queres começar o ano com um sermão da directora por chegares atrasado E por te escapulires para a parte feminina? 

- Oh caraças, tenho de correr mesmo – ele piscou-nos o olho – Vemo-nos depois, meninas!